
A prisão de um casal ajudou no esclarecimento do assassinato e a ocultação de cadáver de uma professora aposentada em Itamaracá, no Grande Recife. Segundo a Polícia Civil, o corpo de Sônia Tavares de Melo, de 62 anos, foi enterrado em um matagal perto de casa. O crime teria sido praticado para facilitar o roubo de objetos de valor da residência.
Nesta quinta (7), os policiais envolvidos na operação detalharam o caso, durante entrevista coletiva, concedida no Centro do Recife.
A vítima desapareceu de casa no dia 19 de junho. O corpo de Sônia Tavares de Melo foi localizado no dia 29 do mesmo mês por pessoas que trabalham no bairro de Pilar, em Itamaracá. O crime ocorreu, provavelmente, na data do sumiço, segundo a polícia.
Na quarta (6), policiais cumpriram mandados expedidos pela Justiça e capturaram os dois suspeitos: um deles é um homem de 49 anos, que prestava serviços de construção civil para a vítima.
Os agentes também prenderam uma mulher da mesma idade, que também não teve o nome divulgado. Ela seria a receptadora dos bens roubados da casa da vítima, conforme a polícia.
Os dois já tinham sido presos por outros crimes, como tráfico de drogas e receptação. A polícia afirma que há indícios de que eles participaram do latrocínio da professora aposentada, que é roubo seguido de morte.
“A mulher confessou ter receptado os bens, mas o homem nega a participação. Há indícios de autoria do crime de latrocínio e por essa razão foram representadas as prisões temporárias”, disse o delegado Vitor Freitas, gestor do Departamento de Homicídios Norte.
Ainda segundo ele, os presos têm uma ligação. “Eles se conhecem. Existe um relacionamento afetivo entre eles”, afirmou.
O delegado André Luna, titular do distrito de Itamaracá, informou que o homem, que não teve o nome divulgado, teria matado Sônia para roubar objetos como televisor, bomba d’água e ventilador.
Além disso, há indícios de que o suspeito e a vítima tiveram um desentendimento por causa de dinheiro.
“Ele fazia serviços e cobrava um determinado valor. A mulher pagava e ele voltava e pedia mais uma quantia. Isso foi confirmado por várias testemunhas”, disse.
O policial disse, ainda, que o suspeito chegou a tentar um relacionamento amoroso com a vítima. “Ele sabia da rotina dela e que ela morava só. Também tinha conhecimento de que ela guardava uma certa quantia em dinheiro em casa. Apesar de tudo indicar o crime de roubo seguido de morte, houve essa questão do desentendimento”, acrescentou.
A respeito de como o crime foi cometido, o delegado afirmou que é necessário aguardar perícias. “Precisamos saber a dinâmica, se ela foi morta dentro de casa ou já na mata”, comentou.
A polícia também aguarda laudos para estabelecer qual foi a arma usada no crime. A maior probabilidade é que tenha sido um objeto capaz de produzir uma lesão cortocontusa, como uma foice.
O homem foi levado para o Centro de Triagem e Observação Criminológica Professor Everardo Luna (Cotel) , em Abreu e Lima, no Grande Recife, e a mulher seguiu para a Colônia Penal Feminina do Recife, na Zona Oeste.