Empresário alvo de operação da PF no Maranhão foi recebido pelo presidente da Codevasf em reunião oficial.

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O empresário Eduardo Costa Barros, preso nesta quarta-feira (20) em uma operação da Polícia Federal (PF), representou a empresa Construservice em uma reunião oficial com o presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Marcelo Moreira.

A reunião aconteceu em 16 de dezembro de 2020 e consta na agenda oficial do presidente da Codevasf. O encontro aconteceu na sala da presidência na sede da empresa, em Brasília.

Segundo a Polícia Federal, Eduardo Costa Barros, conhecido por ‘Eduardo Imperador’ ou ‘Eduardo DP’, comanda um esquema de lavagem de dinheiro a partir do desvio de verbas públicas, por meio de fraudes em licitações no Maranhão.

A PF diz que ele é apontado como ‘sócio oculto’ da empreiteira Construservice, ou seja, tem ligação direta com a empresa, mas o seu nome não aparece nos registros oficiais. A Construservice é a segunda empresa que mais firmou contratos com a Codevasf no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Até o momento, já foram empenhados mais de R$ 140 milhões.

A Codevasf é uma estatal responsável por realizar obras e serviços em estados do Nordeste, do Norte no Distrito Federal. A empresa é comandada por integrantes do Centrão – grupo de partidos que atualmente dá sustentação ao governo Bolsonaro. A estatal recebeu R$ 2,1 bilhões em emendas parlamentares entre 2018 a 2021.

Operação Odoacro

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira, uma operação para desarticular um grupo criminoso suspeito de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro envolvendo verbas federais em contratos Codevasf.

Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em São LuísDom PedroCodóSanto Antônio dos Lopes e Barreirinhas. Um dos alvos foi o empresário Eduardo Costa. Durante a operação, foram apreendidos relógios de luxo e R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo.

O esquema

mesmo esquema já havia sido descoberto anteriormente em uma operação da Polícia Civil, em 2015, no município de Dom Pedro. Segundo as investigações, foram desviados R$ 100 milhões de 42 prefeituras do Maranhão.

Após a operação em 2015, os policiais federais notaram que o esquema criminoso não somente continuou, mas cresceu nos anos posteriores, alterando a origem da verba desviada, que passou a ser federal.

Na prática, os criminosos criam empresas de fachada e simulam competições durante as licitações, mas com o real propósito de fazer com que a empresa vencedora seja sempre a de Eduardo DP, que possui grandes contratos com a Codevasf: a Construservice.

O que dizem os envolvidos

A imprensa tentou contato com o empresário Eduardo Costa para comentar sobre as acusações da PF mas, até o momento, ele ainda não foi encontrado para falar sobre o assunto

Em nota, a Codevasf afirmou que não teve acesso à decisão judicial que autorizou a operação policial, mas colabora com o trabalho realizado pelas autoridades policiais e proverá suporte integral às investigações. A estatal disse ainda que mantém compromisso com a integridade de suas ações e com a elucidação de fatos.

Fonte: G1 – MA.

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