Uma mulher deu à luz dentro de um carro na Ponte José de Barros Lima, área que dá acesso à Avenida Agamenon Magalhães, no Centro do Recife/PE. Aos nove meses de gravidez, a arquiteta Quéren Melo percebeu que estava entrando em trabalho de parto após sentir fortes contrações. Mas o trânsito não permitiu que ela chegasse na maternidade a tempo.
O nascimento do bebê Judá aconteceu na terça-feira (14/02). Nesta quarta-feira (15), Queren contou que tinha saído cedo para fazer um ensaio fotográfico da reta final da gravidez na Lagoa do Araçá, no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, onde mora, e achou que as contrações eram as mesmas que já vinha sentindo há algumas semanas.
“Saímos perto das 6h e voltamos pelas 8h. Aí, quando cheguei em casa, as contrações já estavam ritmadas, mas achei que tinha sido do esforço para tirar as fotos”, disse Quéren, que tem 32 anos.
Atenta para o possível rompimento da bolsa, ela pediu para o marido comprar absorvente e uma lona, pois queria fazer um parto na água. Menos de uma hora depois, eles foram para o Hospital Geral Materno Infantil, no bairro da Boa Vista, na área central do Recife.
“Tínhamos nos preparado para tudo, menos para um imprevisto desses. A ideia inicial era fazer um parto dentro da piscina, mas Judá não concordou com isso”, disse Eduardo Freitas, marido de Quéren e pai de Judá.
No caminho, para a surpresa dos dois, o trânsito no bairro do Cabanga, na área central do Recife, estava bastante intenso. “Meu esposo pegou todas as faixas de ônibus que estavam disponíveis, mas estava tudo travado”, afirmou Quéren.
Ao chegar no viaduto da Ponte José de Barros Lima, a bolsa rompeu. Queren percebeu que o bebê estava prestes a nascer ali mesmo, então avisou ao esposo, que abriu as janelas e começou a gritar para os outros motoristas saírem do caminho.
Por volta das 11h15, Judá nasceu em cima da ponte, com uma volta no cordão umbilical, a mãe o colocou no colo e disse que ele chorou, mas se acalmou em seguida.
“Mudei de posição até achar uma em que eu conseguisse me segurar e com a outra mão aparar o neném. A cabeça saiu numa contração muito dolorosa, já aparei ele e, na próxima, já foi o corpinho”, disse Quéren.
Quando conseguiram chegar à maternidade, a médica de Quéren, que havia sido avisada do parto, estava esperando na porta com um maqueiro. “Judá ainda aguentou com Quéren mais uns 15 a 20 minutos até chegarmos no hospital. Creio que levei umas 20 multas de trânsito”, contou Eduardo.
Quéren recebeu alta e, nesta quarta-feira (15/02), aguardava a alta do filho, que está bem, segundo a mãe informou.