Musical ‘O Guarda-Costas’ conquista público com nostalgia de filme estrelado por Whitney Houston.

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Uma estrela da música passa a receber ameaças misteriosas e um eficiente guarda-costas é contratado para protegê-la. Como esperado, eles não se dão bem logo de cara, mas essa relação aos poucos vai mudando. Esse enredo se tornou muito conhecido porque em 1992 a cantora Whitney Houston e o ator Kevin Costner protagonizaram o filme de estrondoso sucesso que inspirou o musical “O Guarda-Costas”, que está em cartaz no Teatro Claro, em São Paulo. O espetáculo, assim como o filme, conta com músicas que foram eternizadas na voz de Whitney – como I Will Always Love You, I Have Nothing e I’m Every Woman – e a atriz e cantora Leilah Moreno é quem encara a missão de interpretá-las na pele da protagonista Rachel Marron. Em entrevista à Jovem Pan, a artista disse que a cantora americana foi sua grande inspiração para o musical, mas deixou claro que não faz um cover da Whitney no espetáculo. 

“Tive a liberdade de fazer a Rachel Marron sem ter que copiar a Whitney, até porque eu não consigo, não sei copiar ela”, disse aos risos. “É uma trilha difícil de cantar. Teve uma época [da minha vida] que eu parei de cantar as músicas da Whitney, achei que não era para mim, e o musical veio para tirar esse trauma e mostrar que posso cantar o que eu quiser respeitando minha região vocal e quem eu sou.” Leilah é fã declarada do filme, que frequentemente era exibido na TV aberta, e sabe de cor as falas do longa dirigido por Mick Jackson. “Estou realizando um sonho, sem clichê, é uma verdade. Eu sonhava com esse papel e sempre quis fazer algo relacionado a ele”, contou. “Minha mãe até brincava: ‘Mas esse papel já está feito, não tem como você fazer’. Eu pensava que de alguma forma ele ia chegar para mim, então acredito que me preparei a vida toda cantando, dançando e interpretando para que um dia eu pudesse fazer esse papel.”

A maioria das músicas foram mantidas na versão original, em inglês. No entanto, algumas canções receberam uma cuidadosa tradução, pois substituem diálogos e ajudam a contar essa história de amor e perseguição. “No começo, a gente ficou tentando entender se o público aceitaria e gostaria disso, porque a Whitney tem muitos fãs e os fãs querem ouvir a música original, mas depois que o musical estreou, a gente começou a entender a reação do público e percebemos que uma das músicas que as pessoas mais amam e aplaudem é uma música em português, um dueto que faço com a Talita Cipriano. Gostei muito de poder cantar essas [novas] versões, nós somos brasileiros, falamos português, então nada mais justo do que ter versões em português”, pontuou Leilah. 

Brasil antes da Broadway

A adaptação teatral de “O Guarda-Costas” estreou em Londres em dezembro de 2012, cerca de 10 meses após a morte de Whitney. Um detalhe interessante é que esse espetáculo chega ao Brasil antes de ser montado na Broadway e já está repetindo o sucesso de “Grease” e “Ghost”, outros dois musicais que já passaram pelo Brasil e também são inspirados em clássicos do cinema. “Não consigo ter a real dimensão do que é isso”, comentou o ator Fabrizio Gorziza, intérprete de Frank, o guarda-costas de Rachel. “É muito legal pensar que talvez um americano vai olhar o meu trabalho e pensar: ‘É uma referência para eu construir o meu Guarda-Costas’.” Frank é o único personagem que não canta no espetáculo e esse curioso diferencial foi o que possibilitou Fabrizio a entrar para o universo dos musicais. 

O ator é natural de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, e se mudou para São Paulo após passar nas audições do musical. “Tive que mudar toda a minha vida. Para um artista, ter a oportunidade de protagonizar um trabalho desse, uma produção tão linda, é uma chance que não dá para deixar passar”, declarou. Acostumado com o teatro de prosa, o intérprete do guarda-costas ficou impressionado com a estrutura dessa superprodução. “O maior desafio enquanto ator é que o musical acaba sendo mais rígido porque tem as deixas da música e tem marcações de luz extremamente precisas, são balizas um pouquinho mais restritas”, disse. “O musical fica em um lugar entre o teatro e o cinema. Tem uma grande equipe por trás, o responsável pelo cenário, o responsável pelo figurino, o responsável pelo visagismo, o maestro, o diretor, o coreógrafo, é uma equipe muito grande que permanece atuante”, concluiu.   

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