A Caixa Econômica Federal está enfrentando uma grave escassez de recursos para o financiamento imobiliário, o que tem gerado atrasos significativos na assinatura de contratos, mesmo aqueles que já estão em estágios avançados. Um correspondente bancário de São Paulo informou que há contratos prontos há até 50 dias, aguardando a liberação de verbas. A situação se agrava com a implementação de novas regras a partir de 1º de novembro, que aumentarão os custos para financiamentos de imóveis de até R$ 1,5 milhão. Apesar da alta demanda por imóveis, a Caixa enfrenta desafios financeiros, exacerbados por saques na caderneta de poupança e pela taxa Selic elevada. A diretoria do banco já expressou preocupação com a possibilidade de não ter recursos suficientes para atender à demanda de empréstimos no próximo ano. Um correspondente destacou que, em outubro, apenas cinco contratos foram assinados, enquanto cerca de cem permanecem pendentes de liberação de verbas.
Os clientes Dryco Medeiros e Camila Lampert são exemplos de pessoas que estão lidando com atrasos na liberação de recursos, o que tem impactado suas transações imobiliárias. Com as novas regras que entrarão em vigor em novembro, a cota máxima de financiamento será reduzida de 80% para 70% e de 70% para 50%, dependendo do sistema de amortização escolhido. Além disso, os clientes poderão ter apenas um financiamento ativo com a Caixa, o que limita suas opções. A situação de falta de recursos também afeta o programa Minha Casa, Minha Vida, com muitos clientes aguardando a emissão de contratos. A carteira de crédito habitacional da Caixa já ultrapassou R$ 800 bilhões, e o banco detém 68% do mercado de financiamentos imobiliários. Em 2024, até setembro, a instituição concedeu R$ 175 bilhões em crédito habitacional, representando um aumento de 28,6% em comparação ao ano anterior. A Caixa está avaliando estratégias para lidar com a demanda crescente por financiamentos habitacionais.