A noite da última sexta-feira (1º/11) teve algo de inusitado para a pedagoga Dawylla Dandara: ela ficou presa no cemitério de Baturité, distante cerca de 100 quilômetros da capital Fortaleza. Ela estava com a filha e a cunhada, após ter ido limpar a cova do pai para o Dia dos Finados, celebrado no sábado (2/11).
O caso aconteceu no Cemitério Público São Miguel, na área central de Baturité. A situação inusitada foi compartilhada pela pedagoga em seu perfil no Instagram e viralizou nos perfis da região. Ela contou que o coveiro, responsável pelo local, esqueceu da presença delas, trancou o cemitério e foi embora.
O vídeo do momento mostra as três chegando até o portão do cemitério e notando o cadeado envolto na corrente. Ela estava acompanhada da cunhada, identificada como Paulinha, e a filha pequena, que começou a chorar.
“De longe eu vi o portão fechado, e falei assim ‘Paulinha’, que é minha cunhada que tava comigo na hora, ‘eu não tô acreditando no que eu tô vendo'”, contou Dandara nas redes sociais. “Aí eu falei ‘eu não tô acreditando no que eu tô vendo, o portão tá trancado’, ela disse assim ‘não, não tá’, e eu ‘tá, eu vou até gravar porque isso só acontece comigo, não aconteceria com outra pessoa’. Quando eu fui me aproximando do portão com a minha filha do lado e a minha cunhada, eu vi que o portão tava realmente trancado”.
A pedagoga explicou que, tradicionalmente, o cemitério da cidade fica aberto até mais tarde na véspera do Dia dos Finados para que os familiares possam preparar os túmulos dos parentes para as visitas.
Por isso, ela chegou no local na sexta por volta das 17h30 para limpar o túmulo do pai, morto há cerca de 3 anos. Ela contou ter terminado a limpeza por volta de 18h20, momento em que retornaram para a entrada e encontraram o portão fechado.
“Eu fui até os muros do cemitério daqui tentar pular porque minha filha tava desesperada dentro do cemitério, assim como eu também. Aí foi quando a gente começou a gritar, consegui ligar para meu irmão e minha mãe”, detalhou.
Após algum tempo, os familiares das mulheres chegaram ao cemitério com uma escada portátil. Eles puseram a escada em uma das paredes e usaram a ferramenta para pular o muro do cemitério.
Dandara explicou que chegou tarde ao cemitério porque trabalha e estuda, e estava contando com o tempo extra que o local costuma permanecer aberto na véspera do Dia dos Finados para conseguir fazer a limpeza do túmulo.
Como não tinha ninguém com quem deixar a filha, Dandara levou a menina também. “Eu fui e levei assim como levo ela pra qualquer canto”, afirmou.
Em um desabafo publicado na noite de sábado (2/11), Dandara contou que não esperava a repercussão do caso e que se assustou com o número de pessoas compartilhando o vídeo, além de críticas que tem recebido de desconhecidos.
“Foi um desespero. eu ri na hora, mas eu tava desesperada, não só por mim, mas pela minha filha também”, disse. “Não quero like, não vivo de internet, não sobrevivo disso, não sou blogueira, o vídeo foi totalmente aleatório, gravei, postei, deu no que deu”.