O Maranhão, historicamente um dos estados mais pobres do Brasil, tem apresentado avanços significativos na redução da pobreza nos últimos anos. Dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2024, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que cerca de 567 mil maranhenses deixaram a pobreza e a extrema pobreza entre 2022 e 2023. A proporção de pessoas em extrema pobreza caiu de 15,0% para 12,2% nesse período, superando a média nacional de redução de 1,5 ponto percentual.
Entre 2021 e 2023, o estado registrou uma queda de 10,5 pontos percentuais na taxa de pobreza extrema, passando de 22,8% para 12,2%, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE). Esses avanços são atribuídos a políticas públicas voltadas para a geração de emprego e renda, como os programas “Mais Renda” e “Minha Renda”, além da expansão da rede de restaurantes populares, que oferecem refeições a preços acessíveis em 173 unidades distribuídas por 156 municípios.
Apesar dessas melhorias, o Maranhão ainda enfrenta desafios significativos. Em 2022, o estado liderava o ranking nacional de pobreza, com 58,9% da população vivendo abaixo da linha da pobreza. Além disso, 38,1% das famílias maranhenses residem em moradias precárias, sendo que na capital, São Luís, cerca de 158 mil famílias vivem em condições inadequadas, como palafitas construídas em áreas de mangue, sem acesso a água tratada.
A concentração de renda também é um problema persistente. Em 2018, as dez cidades com maior Produto Interno Bruto (PIB) do Maranhão concentravam mais da metade das riquezas do estado (58,1%), evidenciando desigualdades regionais e sociais.
O governo estadual anunciou o programa “Maranhão Livre da Fome”, previsto para ser lançado no primeiro semestre de 2025, com o objetivo de retirar 97 mil famílias da pobreza extrema por meio de benefícios financeiros mensais para compra de alimentos e apoio à inclusão produtiva.
Embora os dados indiquem progressos, a realidade ainda exige ações contínuas e eficazes para combater a pobreza e melhorar as condições de vida da população maranhense.
