O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu os 38 ministros de seu governo nesta sexta-feira (20/12), na residência oficial do Palácio da Alvorada, em Brasília, em um encontro marcado por tom de confraternização. Após se recuperar de uma cirurgia em São Paulo, Lula abordou temas prioritários para o governo, com destaque para a relação com o mercado financeiro e a condução da política econômica. Apesar das perspectivas de reforma na Esplanada dos Ministérios, o último encontro do ano entre o líder petista e seu alto escalão teve um tom mais fraternal, com direito a presentes dos ministros ao presidente.
Lula destacou a importância de pacificar a relação com o mercado, um tema sensível diante das recentes oscilações do dólar, que chegou a R$ 6,30 antes de recuar, reflexo das incertezas sobre a responsabilidade fiscal do governo e a eficácia das medidas de ajuste fiscal aprovadas pelo Congresso. Durante o encontro, o presidente elogiou o novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e reafirmou sua autonomia. “Você será o presidente do Banco Central com mais autonomia que o BC já teve”, declarou Lula em um vídeo gravado ao lado de Galípolo, sinalizando mudança de postura em relação às críticas anteriores ao órgão.
Lula também reforçou o compromisso com o equilíbrio fiscal e o controle de gastos públicos, enfatizando que essas medidas são essenciais para proteger o poder de compra das famílias brasileiras e promover a estabilidade econômica. A autonomia do Banco Central foi apontada como um pilar para garantir a credibilidade das políticas econômicas e fortalecer a confiança do mercado.
Além disso, o presidente anunciou a intenção de realizar um ato em defesa da democracia em 8 de janeiro, marcando dois anos da invasão das sedes dos Três Poderes, e planeja uma reunião ministerial no início de 2025 para avaliar as ações realizadas neste ano e definir prioridades futuras. Com foco na recuperação econômica e no fortalecimento institucional, o governo Lula busca consolidar um ambiente de estabilidade e crescimento sustentável, mirando o equilíbrio entre responsabilidade fiscal e políticas voltadas ao bem-estar social.