O advogado João Paulo Peixoto, que representa as vítimas do dono de um falso centro espírita no Ceará, comentou sobre os episódios em que as mulheres foram dopadas, torturadas e ameaçadas. Os casos aconteceram no Crato, município da região Cariri. O suspeito foi preso nesta sexta-feira (10).
“Eu acompanhei o depoimento delas e a entrevista que fiz com elas. São situações impressionantes, são atrocidades. A forma de tortura, a pressão psicológica, a ameaça. Até para a gente, que tem uma vivência, uma experiência, é algo que você não imagina nos dias de hoje”, disse o advogado.
A “Operação Santo Nome em Vão” apurou que o ex-auxiliar de enfermagem Francisco José Alexandre de Sousa prometia cura às mulheres que buscavam tratamento para alguma doença.
O advogado de Francisco José disse que não ia se pronunciar por enquanto sobre o caso.
Segundo a Polícia Civil, Francisco José dopava as vítimas com remédios ministrados por ele, estuprava e, por vezes, as submetia a sessões de tortura com a desculpa que estava tirando espíritos impuros.
O advogado das mulheres informou que, agora, vai acompanhar o inquérito e a finalização dos depoimentos, e também fez um pedido a possíveis outras vítimas.
“Eu queria pedir a quem frequentava o centro espírita, você, vítima, venha e denuncie, porque a gente não está pensando apenas em você, mas em toda a sociedade. Pense em quantas pessoas você vai ajudar, evitando que mais pessoas sofram, principalmente mulheres”, solicitou João Paulo Peixoto.