Índios derrubam nova torre de energia na Reserva Cana Brava no Maranhão.

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O protesto de índios da Reserva Canabrava continua e os Guajajaras insistem em cobrar a presença de funcionários da Eletronorte e da Funai para negociar o fim das manifestações. Nessa quarta-feira (15) mais uma torre de energia elétrica foi derrubada no território da aldeia Cabeça da Onça que também está localizada na Reserva Indígena Cana Brava, situada região Central do Maranhão.

No último domingo (12) os índios derrubaram uma torre de energia da Eletronorte. Segundo eles, outras duas torres foram danificadas. O local onde a torre foi derrubada fica na Aldeia Coquinho, uma das 20 aldeias da Reserva Canabrava, no município de Jenipapo dos Vieiras, a 438 km de São Luís.

Além dos funcionários da empresa Eletronorte, homens do Grupo de Operações Especiais da Polícia Federal de Brasília estão no local para fazer a segurança e acompanhar o trabalho na rede de transmissão.

O cacique José Amorim disse que enquanto as exigências dos indígenas não forem realizadas novas torres de energia serão danificadas. “Eles podem fazer a manutenção, mas o que vai acontecer é que eles levantam e vai cair outra agora de tarde. Levantando aquela ali nós vamos derrubar outra também porque até agora não chegou nenhuma pessoa da Eletronorte e nem da Funai para negociar nem a manutenção da torre. Então por isso o que eu repasso para o Estado e o Brasil é que esse não vai parar por aqui porque ninguém chegou aqui para negociar com a gente”.

A Eletronorte disse que está disponível para dialogar com a comunidade indígena, mas os índios vem se mostrando irredutíveis ameaçando, inclusive, danificar outras torres de transmissão. Na Coordenação Nacional da Funai situada em Imperatriz, a 626 km da capital, nenhuma reposta sobre o caso foi obtida. Os coordenadores não estão na cidade e não foram localizados por telefone.

De acordo com a liderança indígena, desde o ano de 2013, tramita na Justiça uma Ação que pede reparação pelos danos causados pela instalação das torres na Reserva Canabrava. Na negociação entre a empresa e a Funai ficou estabelecida a realização de um estudo ambiental do componente indígena e também a transferência de recursos financeiros para a compra de alimentos pelas aldeias como medidas de compensação.

Ao todo, 4.260 famílias indígenas dependem das doações. No documento que tramita na Justiça o povo Guajajara enfatiza que não existe possibilidade de geração de renda que ajude a tirar os índios da situação de miséria e que a situação teria sido causada por falta do apoio da estatal há mais de 50 anos.

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