Um ginecologista suspeito de cometer violação sexual mediante fraude contra mais de 14 mulheres foi preso na terça-feira (9/08), segundo a Polícia Civil. Contra ele, havia dois mandados de prisão, um deles expedido pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e outro pelo de São Paulo. Por conta da lei de abuso de autoridade, a polícia não divulgou o nome dele.
“Esse médico estava foragido por abuso tanto aqui, quanto em São Paulo”, afirmou o delegado Guilherme Caraciolo, durante coletiva nesta quarta (10). O homem foi denunciado por vítimas em Suzano, interior de São Paulo, e no Recife, segundo a polícia.
Delegada da Mulher, Ana Luiza de Mendonça afirmou que os crimes aconteciam dentro de consultórios. “Ele usava da função dele como médico ginecologista para exceder e, durante a consulta, abusar sexualmente essas pacientes”, apontou.
“Ele não usava luvas, ele tocava, tentava estimular a mulher dizendo que isso seria essencial para melhoria da saúde sexual dela ou a saúde física”, disse a delegada.
Ele foi alvo de sete inquéritos em Pernambuco e 14 em São Paulo desde 2016, que resultaram em indiciamento e nos pedidos de prisão, disse a delegada.
Segundo os investigadores, a diferença entre estupro e a violação mediante fraude é o fato de a vítima ser ludibriada para não perceber que estava sofrendo abuso.
“Segundo o código de ética médica, normalmente em consultas íntimas ou consultas com mulheres, o ideal é que tenha um assistente na sala. Isso é um sinal de alerta, o médico não chamar um assistente”, apontou Ana Luiza.
O delegado Ivaldo Pereira, gestor do Grupo de Operações Especiais (GOE), afirmou que o homem foi preso em outubro de 2020 em São Paulo, onde tinha uma clínica (veja vídeo acima).
“Após os abusos aqui em Pernambuco, ele foi a São Paulo, passou a residir em Suzano e cometer também os crimes. Lá, ele foi preso”, declarou Pereira.
Prisão
O delegado Ivaldo Pereira afirmou que o homem foi localizado em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco.
“Verificamos que ele passou por vários municípios do Sertão pernambucano. Conseguimos localizar ele em uma residência. Essa casa ainda estava com uma placa de ‘aluga-se’. Os vizinhos não sabiam quem morava no local”, apontou Pereira.
O investigador explicou que o homem praticamente não saía de casa, para não levantar suspeitas. Após ser preso em Arcoverde, ele foi trazido para o Recife. O homem, ainda segundo o delegado, se reservou o direito de não prestar depoimento.
Segundo Pereira, o suspeito foi encaminhado para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife.