Em Imperatriz, a segunda maior cidade do Maranhão, uma das áreas atingidas pela cheia do rio Tocantins é o residencial Colina Park, que fica às margens da BR-010. No local, cerca de 200 moradores tiveram que deixar as casas por causa da enchente do rio.
Com o desalojamento, os moradores iniciaram um protesto no início da manhã desta quarta (12), reclamando do descaso da empresa responsável pelo loteamento. Populares fecharam a pista central da BR-010, ateando fogo em pneus. Com o protesto, o trânsito ficou lento no local.
A população reclama que, no loteamento, o nível da água subiu tanto, que os moradores perderam diversos móveis.
“Perdemos o sofá, perdemos cama, roupa, tudo de dentro de uma casa. Só não perdi mais coisa porque o Corpo de Bombeiros veio e me alertou para tirar o que desse para tirar. Aí a gente veio ontem (10), antes da água subir e tiramos tudo o que deu para tirar, um armário e uma cama e as roupas que já estavam molhada. Mas as roupas já não prestam mais, porque estão com água de fossa, pois misturou tudo”, relata a cozinheira Eliane.
Uma equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi ao local e conseguiu liberar a via.
Por meio de nota, a empresa Casa e Terra Empreendimentos Imobiliários, responsável pelos loteamentos Colina Park em Imperatriz, afirmou que “a empresa está presente em auxílio à sua clientela desde os primeiros momentos, disponibilizando ajuda logística por meio de caminhões, barcos e equipes de apoio para auxiliar no socorro e transportes de bens”.
A Casa e Terra disse, ainda, que “entende que a situação de cheias enfrentadas em vários estados brasileiros é grave, não sendo diferente na cidade de Imperatriz e São Miguel, o que levou a decretação do estado de emergência , dessa forma, não medirá esforços para buscar soluções para o bem-estar dos seus clientes”.
Ainda segundo a empresa, “buscando manter a transparência em suas ações a empresa montou uma central de atendimento para prestar esclarecimentos e manter uma linha direta de informações com todos os atingidos. Os clientes atingidos poderão fazer contato pelo seguinte telefone 61/WhatsApp: 61 99848-8459”.
Situação dos rios
Em Imperatriz, o nível do rio Tocantins ficou estável, nessa terça (11), na marca de 9,80 metros, aproximadamente três metros acima da cota de inundação. No município, 244 famílias estão desabrigadas ou desalojadas.
Já na cidade de Mirador, onde uma forte inundação no dia 4 de janeiro deixou a cidade em situação de calamidade pública, o Rio Itapecuru apresenta tendência de baixa. Porém, de acordo com o Corpo de Bombeiros, o rio ainda acumula grande volume, marcando o nível de 4,70 metros. Alguns povoados do município ainda se encontram isolados por causa da enchente.
Nas cidades de Trizidela do Vale e Pedreiras, o nível do Rio Mearim se encontra próximo da cota de inundação.
Bombeiros da 13ª Companhia Independente de Bombeiro Militar (CIBM) e agentes das prefeituras já trabalham na retirada de algumas famílias dos locais de maior risco e quase cem abrigos públicos já estão prontos para ocupação.
Situação de emergência
Sete cidades do Maranhão já decretaram situação de emergência por causa das fortes chuvas que atingem o Estado e têm causado enchentes em vários rios. Os municípios que estão em situação de emergência são: Mirador, Grajaú, Barra do Corda, Jatobá, Paraibano, Formosa da Serra Negra e Imperatriz.
Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), o Estado já contabiliza 842 famílias desabrigadas (que estão em abrigos públicos) ou desalojadas (que estão em casa de parentes).
Ainda de acordo com o CBMMAN, nas cidades mais afetadas pelas enchentes, a população prejudicada está recebendo cestas básicas, medicamentos, além de transporte e resgate. As pessoas também estão recebendo consultas médicas, exames, vacinas da caderneta vacinal e contra a Covid-19, testagem e distribuição de máscaras.
“Todo o trabalho é no sentido de auxiliar essas famílias neste momento de dificuldades e evitar que haja riscos maiores. Nós prosseguimos com a distribuição dos alimentos aos que precisam, monitorando as áreas de forma contínua e fazendo os deslocamentos necessários, enquanto o nível dos rios não volta ao normal. O Corpo de Bombeiros está atuando para que as famílias atingidas possam levar uma vida normal, apesar dos problemas causados por esse período de chuvas”, pontuou o major do Corpo de Bombeiros, José Lisboa.