Homem que matou mulher em quarto de hotel é condenado a 19 anos de prisão em São Luís/MA.

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O 1º Tribunal do Júri de São Luís condenou Allef Gonçalves Araújo Ribeiro a 19 anos e 3 meses de reclusão, nesta quarta-feira (9). Ele é acusado de matar, por estrangulamento, Jessimara Cristian Marques Pacheco, na manhã do dia 7 de fevereiro de 2020, no quarto de um hotel, no bairro São Cristóvão, em São Luís.

Ele foi condenado por homicídio triplamente qualificado (feminicídio, asfixia e uso de recurso que impediu a defesa da vítima).

Durante o julgamento, foram ouvidas cinco testemunhas, entre elas familiares da vítima. O assassino compareceu ao Fórum de São Luís, mas usou o direito constitucional de permanecer calado. Ele também não quis acompanhar a sessão de julgamento.

A juíza negou ao réu o direto de recorrer, em liberdade, da decisão dos jurados.

Allef Gonçalves Araújo Ribeiro, que está preso desde a época do crime, logo após o julgamento desta quarta-feira (09/03) foi levado de volta para o presídio.

O julgamento, que começou por volta das 9h no Fórum Des. Sarney Costa, terminou às 16h, e foi presidido pela juíza Rosângela Santos Prazeres Macieira. Na acusação atuou o promotor de Justiça Reinaldo Campos e, na defesa, o defensor público Pablo Oliveira.

O julgamento ocorreu durante as atividades da 20ª Semana Nacional “Justiça pela Paz em Casa”, que se estenderá durante toda esta semana no Maranhão.

A jovem Jessimara Cristian Marques Pacheco, de 25 anos, foi encontrada morta, na noite do dia 7 de fevereiro de 2020, em um dos apartamentos do Hotel Sousa, localizado na Rua Flávio Bezerra, no bairro São Cristóvão, em São Luís. Ela foi estrangulada por Allef Gonçalves Araújo Ribeiro, de 24 anos, que foi preso no dia no dia 12 de fevereiro – cinco dias após o crime – em um shopping localizado no bairro Turu, em cumprimento a mandado de prisão temporária.

O casal se conheceu via internet, por meio de redes sociais. Allef, que morava em Guarulhos (SP), veio a São Luís somente para conhecer pessoalmente Jessimara.

À época da prisão, a delegada Viviane Fontenele, do Departamento de Femicídio, revelou que o assassino disse ser uma pessoa depressiva e que, por três vezes, já teve a intenção de se matar em São Luís, e que contou este fato à vítima. A partir de então, ela teria ficado no pé dele o tempo inteiro para impedir que fizesse alguma besteira.

“Por conta disso, ele a teria estrangulado com o cabo do notebook. Segundo Allef, ele não queria tirar a vida de Jessimara, mas apagá-la para sair do local e tirar a própria vida”, revelou a delegada.

Ainda segundo a delegada Viviane Fontinelle, no dia do crime, Aleff saiu por volta de 10h e queria deixar a chave do quarto com a dona do hotel, que se recusou a aceitar. Ele voltou ao cômodo, botou a chave por dentro da porta e bateu sem trancar. Por volta de 12h30, um funcionário foi verificar a jovem no quarto a pedido da proprietária, para saber se ela não queria almoçar. No primeiro momento, ao chamá-la, não obteve resposta, mas imaginou que a mesma estivesse dormindo.

“Quando foi por volta das 16h30, a dona do hotel se lembrou de novo e achou estranho ela não ter aparecido. Entrou no quarto, que estava destrancado, e não viu a vítima. Ao abrir a porta do banheiro, a encontrou no chão com um lençol por cima do rosto. Nervosa, chamou um hóspede e ele constatou que a jovem estava morta”, disse a delegada, afirmando acreditar que o crime tenha ocorrido

minutos antes da saída dele pela manhã.

No mesmo dia, Aleff ainda mandou mensagens para a tia e a irmã da vítima, alegando que a mesma estava precisando de ajuda e repassou o nome do hotel.

A família, conforme a delegada, não deu muita importância em razão de ele já ter feito a mesma coisa com o pai da vítima dias atrás.

“Disse que era para ir até o hotel salvar a filha, mas quando eles chegaram lá, na verdade, a ajuda que precisava era para pagar o hotel. Então a família não deu muita credibilidade para a informação que ele forneceu”, explicou a titular do Departamento de Feminicídio.

Jessimara, que tinha 26 anos e deixou uma filha de oito, saiu da casa dos pais, com quem morava, sem dizer para onde ia. O mesmo fez Aleff ao sair de São Paulo. A delegada informou que foi descoberto um boletim de ocorrência de desaparecimento registrado dia 18 de janeiro pela mãe do acusado.

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