Os bombardeios russos na Ucrânia danificaram, em pouco mais de uma semana, 30% das centrais de energia elétrica do país e deixou-o em uma situação crítica prestes a entrar no inverno europeu, informou as autoridades nesta terça-feira (18/10). “A situação é atualmente crítica em todo o país, porque nossas regiões dependem umas das outras”, afirmou o chefe de gabinete da presidência, Kirilo Timochenko.
“Desde 10 de outubro, 30% das centrais elétricas foram destruídas, o que provocou grandes cortes no país”, afirmou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky no Twitter. A última série de bombardeios russos atingiu durante a manhã desta terça-feira (18), diversas instalações energéticas do país pelo segundo dia consecutivo, o que provocou cortes no fornecimento de energia elétrica e de água, incluindo a capital, e matou pelo menos duas pessoas e feriu uma em Kiev, informou a Procuradoria da capital ucraniana. Diante dessa situação, prefeito da capital da Ucrânia, Vital Klitschko, solicitou que os moradores façam racionamento de energia e água potável, em particular durante os picos de consumo.
O pedido que já tinha sido solicitado pelo premiê ucraniano na semana passada. O prefeito Serhii Sukhomlin também se pronunciou sobre o assunto e informou que o blecaute e a falta de abastecimento são totais. “Os hospitais estão usando geradores”, afirmou ao site público Suspilne.
Em Mykolaiv, alvo de ataques durante a madrugada, as autoridades conseguiram restabelecer a rede. Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana, foi atingida por oito mísseis, de acordo com o governo regional. Os ataques afetaram uma indústria. Em Kiev, a operadora DTEK anunciou que os funcionários estavam fazendo “todos os esforços necessários para restabelecer o abastecimento” de energia elétrica.
O exército russo confirmou que bombardeou infraestruturas de energia ucranianas. Várias localidades da região de Zhytomyr, ao oeste de Kiev, e a cidade de Dnipro ficaram sem energia elétrica. Após os ataques de terça-feira, Zelensky reiterou a recusa de negociar com o presidente russo, Vladimir Putin. A intenção das tropas de Moscou, denunciou, é “aterrorizar e matar civis”.
Enquanto a Ucrânia sofre com a falta de energia e se prepara para um inverno difícil, a Rússia eleva a tensão nuclear. Em resposta à repórteres que questionaram sobre as quatro regiões anexadas por Vladimir Putin em 30 de setembro, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov deixou claro que há risco de armas nucleares serem utilizadas para defender os territórios russos. “Todos esses territórios são parte inalienável da Federação Russa e todos são protegidos. A segurança tem o mesmo nível da oferecida ao resto do território russo”, afirmou.
Apesar da assinatura que ‘passa’ o comando das regiões para a Rússia, ainda não foi delimitado as fronteiras, ou seja, não se sabe qual parte pertence a quem, visto que as tropas de Putin não dominam complemente a região. Esta foi a segunda semana consecutiva em que a Rússia atacou a capital ucraniana. Analistas militares consideram as ações uma resposta às derrotas sofridas por Moscou no campo de batalha. Desde setembro, Zelensky tem levado vantagem e conseguiu recuperar territórios que Putin demorou meses para conquistar. Durante a entrevista, Peskov também falou sobre a compra de drone – as tropas russas têm utilizado esses equipamentos para bombardear as regiões ucranianas. Segundo ele, o Kremlin ignora o emprego de tais armas, embora haja evidências.
Fonte: Jovem Pan.