O Corinthians saiu da zona de rebaixamento, ao bater o Cuiabá por 1 a 0 pela 31ª rodada do Brasileirão, na Arena Pantanal, nesta segunda-feira (28/10). Com o resultado, a equipe paulista subiu para a 15ª posição, com 35 pontos. Atrás do time alvinegro estão Athletico-PR (16º), Red Bull Bragantino (17º) e Juventude (18º), todos com 34, o próprio Cuiabá (19º, com 27) e o lanterna Atlético-GO, praticamente já rebaixado, com 22.
O forte calor cuiabano, com 29 graus às 19h30 (horário local), e o gramado que pouco deixava a bola correr prejudicaram a partida Não podem ser eles, contudo, a justificativa para tantas tentativas falhas de construção coletiva dos dois times, que ilustraram os porquês de estarem na situação de briga contra o rebaixamento.
O Corinthians volta a campo na quinta-feira, contra o Racing, pela semifinal da Sul-Americana. Depois, tem o clássico contra o Palmeiras, dia 4, válido pela 32ª rodada do Brasileirão. Igor Coronado, suspenso, não estará disponível. Já o Cuiabá visita o Red Bull Bragantino no sábado, às 16h.
Ainda antes da partida, a escalação corintiana surpreendeu. Ramón Díaz mandou uma equipe alternativa a campo, preservando jogadores para a decisão contra o Racing. Mesmo que ganhar o torneio continental seja importante – é a única forma de o clube classificar para a Copa do Brasil 2025 -, o técnico argentino praticamente ignorou que a equipe ocupava a 18ª posição e precisava da vitória para deixar o Z-4.
Entretanto, com jogadores descansados, era de se esperar uma equipe mais intensa. Não foi isso que se viu em campo. O Corinthians até teve mais posse e estava disposto a mandar no jogo fora de casa, enquanto o Cuiabá preferiu se defender, mas não teve protagonismo algum.
A partida levava tom enfadonho. No final do primeiro tempo, o árbitro Bruno Arleu de Araújo se juntou a outros colegas tiveram decisões polêmicas nesta rodada. Talles Magno driblou Marlon e caiu. A imagem não demonstrou toque claro do zagueiro, mas o juiz apontou para a marca do pênalti. Memphis bateu para abrir o placar.
Nos dois tempos, foi possível constatar como é difícil para o Cuiabá marcar gols. A equipe cria pouco e, quando chega na frente, coleciona finalizações bizarras, muito distante da meta. Nos últimos sete jogos, foram apenas dois gols, na vitória por 2 a 0 contra o São Paulo.
Sem mudar peças, Ramón Díaz armou um time mais ofensivo no segundo tempo. Talles Magno aparecia mais aberto, com Alex Santana como referência pelo outro lado. Isso também deu mais espaços ao Cuiabá, que pôde frequentar mais seu campo ofensivo. Entretanto, as investidas não renderam.
Do lado corintiano, também não houve refino maior. A equipe não deixou de tentar atacar, mas continuou a demonstrar um futebol que representa a situação do clube no Brasileirão. Recuos perigosos, passes apertados e erros de domínio se repetiam entre diferentes jogadores alvinegros.
As raras chances apareciam nos erros do Cuiabá. Foi assim no gol, no primeiro tempo. Na segunda etapa, somente aos 21 minutos houve uma tentativa, com cabeceio para fora de André Ramalho depois de escanteio cedido por um defensor cuiabano.
A tônica teve uma rápida mudança logo na sequência. Praticamente na única construção do Cuiabá, Lucas Fernandes chutou tirando tinta da trave de Hugo Souza. A resposta corintiana foi com um cabeceio de Talles Magno, obrigado Walter a fazer bela defesa.
Com muita dificuldade, os times tentaram imprimir intensidade. Somente em uma bola parada o Corinthians voltou a assustar, com Talles Magno pegando a sobra da cobrança e finalizando na trave. Na sequência, Garro e Romero foram chamados por Ramón Díaz, em tentativa de colocar mais qualidade em campo.
Não deu certo. O Cuiabá que ofereceu mais perigo, com duas chances em dois minutos. A equipe deu um sufoco final ao Corinthians, que se defendeu com mais bravura que técnica.
O público de 16.680 presentes foi o maior da Arena Pantanal em 2024. O estádio entoou cantos da torcida corintiana, a melhor ‘jogadora’ nesta segunda-feira. Contra um ‘parceiro’ de parte final da tabela do Brasileirão, jogar pouco e contar com apoio dos torcedores foi o suficiente para o Corinthians.