
Um adolescente de 17 anos morreu após cair de um viaduto ao ser vítima de uma tentativa de assalto na noite de quarta-feira (19/03), em Salvador. O caso ocorreu no viaduto que dá acesso ao bairro do Imbuí.
O crime foi testemunhado por um mototaxista que viu o momento em que o jovem Luís Guilherme Dantas Santiago foi abordado pelo assaltante. O trabalhador parou, conversou com o garoto, que estava consciente, e telefonou para a mãe dele.
De acordo com Luciana Dantas, mãe de Luís Guilherme, o motociclista relatou que o ladrão, em outra motocicleta, agrediu o filho dela. Com isso, o corpo do jovem foi lançado do viaduto até a pista abaixo.
“Ele não parecia ter cortes graves, estava com uma das mãos viradas e se queixava de dor”, contou Luciana em entrevista. Depois, o garoto passou a reclamar de falta de ar.
Inicialmente, o mototaxista que testemunhou o crime fez uma chamada de vídeo com a mulher para mostrar o cenário. Ao perceber que não se tratava de um trote, ela foi até o local acompanhar os primeiros socorros.
Acusação de negligência médica;
Responsável pelos primeiros socorros, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) levou Luís Guilherme para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Pau Miúdo. Mas, para Luciana, o correto seria encaminhá-lo diretamente para o Hospital Geral do Estado (HGE), referência em traumas. Diante disso, ela acusa a equipe de saúde de negligência médica.
“Se ele estava com falta de ar, deve ter batido a cabeça, tinha que fazer uma tomografia. (…) O caso dele não era para [tratamento em] UPA, era para hospital de porte grande”.
Procurado pela emissora, o diretor da Sociedade Brasileira do Trauma Ortopédico, Gustavo Tadeu Sanches, confirmou que o procedimento ideal nesses casos é encaminhar o paciente para um hospital. Como esclareceu o especialista, uma unidade de grande porte terá equipe multiprofissional, com profissionais como ortopedista, cirurgião-geral e neurocirurgião para avaliar o paciente adequadamente.
Investigação em curso
O caso é investigado pela Delegacia da Liberdade. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ressaltou que, durante o primeiro atendimento realizado no local da ocorrência, o paciente estava com os sinais vitais estáveis. Por isso, foi encaminhado para avaliações complementares na UPA.
“Já na unidade fixa, foi identificada a necessidade de regulação para o Hospital Geral do Estado. Uma ambulância avançada já estava disponível para a transferência ao tempo em que o quadro do paciente foi agravado, evoluindo rapidamente para uma parada cardiorrespiratória”, informou. A pasta lamentou a morte e disse que abriu um processo administrativo para apurar os protocolos operacionais e a conduta médica adotada no caso.
Até o início da tarde desta quinta-feira (20), o corpo de Luís Guilherme permanecia na UPA. Ainda não há informações sobre velório e sepultamento.